quinta-feira, 19 de março de 2009

Às vezes só quero respirar...não quero contar, nem falar, nem amar, nem jogar.
Só sentir o mundo acontecer e fazer parte dele como qualquer outro ser...talvez fingir ser.
Uma árvore quem sabe, que balança seus galhos ao léu, que desenha suas folhas ao receber a chuva, que abandona pedaços de si para deixar nascer as flores, respeitando um ciclo do Universo. Não que eu pense que a vida é feita de ciclos...a vida é o que é. Somos quem podemos ser. Eu não sou grande, nem sei se quero ser. Quanto mais me dou conta das coisas, mais vontade tenho de ficar no chão, me livrar dessa falsa pureza, dessa honestidade hipócrita, desse fingimento mútuo que há no viver, desse domínio que as relações se tornaram. Fica cada vez mais evidente que a relação entre homem e mulher, e dessa eu posso falar, está se tornando uma relação de "abrir mão". Eu gosto mas você não gosta, você não gosta mas eu gosto...Não importa, só se pode fazer o que um permite que o outro faça! Seja lá o nome que se dê para o amor, o gostar... é sinônimo de domar, moldar, tornar. É tudo aquilo que não é. Essa transformação egoísta que obrigamos o outro a passar. Por vezes até os princípios colocamos a prova. E da mesma forma quando isso nos acontece...porque ficar se não faz bem? Se não é o que gostaríamos que fosse, ou o que podemos suportar, ou se não estamos dispostos a aprender a gostar. Quem muda...quem desmuda...para onde se muda. Quando duas pessoas decidem que querem ter uma convivência, uma vida juntos, imagino que deva ser para compartilhar... outros jeitos de ser, outras possibilidades...algo como ampliador e não limitador ou conservador do que já somos. Hoje me sinto uma pamonha...rsrsrs. É isso mesmo. Eu não via, não sabia de nada. Mas o que me preocupa não é o que eu não via, é o que eu não vejo agora...o que ainda não sou capaz de ver. Nunca lembrar do que von Foerster fala fez tanto sentido: só vemos o que podemos ver.

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